Amar demais!

Ainda menina me fizeste mulher, ainda menino te fiz homem. Os olhos assustados pelo novo perfume,que encobria o mais doce deslumbre. Paixão desenfreada que não deixava pensar,mas que marcava o pensamento. Poesia e poesia, sem pudor, sem medida, apenas poesia. O tempo passou e tudo mudou, a paixão se tornou amor, amor sólido e alucinante, fazendo os dias desesperantes. Pois amor sem paixão é intenso e dolorido, fazendo encarar todos os desafios. O tempo passou e algo a mais mudou, o amor já não era sólido e a paixão definitivamente surtou. Dias incertos, noites desertas, vidas dispersas, marcas abertas, dores concretas,sem saber o que espera. O tempo passou mais um pouco e percebi o quanto passou, o amor se tornou carinho e achei que teria um amigo. Mais quem disse que quem amou quer amigo? Quem disse que amigo quer amor? Mais um tempo, menos amor, nada de paixão, talvez um amigo, quem sabe um inimigo! Nada de amor, nada de paixão, nada de amigo, nada de inimigo, apenas um vazio. A hora chegou, tudo realmente mudou, o desafio. Aceitar que paixão passa e amor se transforma. Aceitar que o grande amor da vida vem e vai, aceitar que eu o amei demais, sem ser o suficiente para permanecer.

A frustração faz parte da vida!

Nos últimos dias tenho me recolhido para reflexão.Não que eu quisesse deliberadamente,mas as circunstâncias da vida me forçou a tal.Pesamentos não apenas de ordem pessoal,mas que eu tenho observado nas histórias que se repetem todos os dias. Famílias na correria para ganhar o " pão nosso" que não é mais de cada dia, pois alimentação ta cara e nem todos conseguem pagar. Estresse e depressão de bandejada na população, quem não tem parece fora de moda. As igrejas cristãs continuam sendo refúgios para os adoecidos, mas muitas também estão doentes,virando uma epidemia de patologias. As drogas, principalmente as lícitas cada vez mais entram nas famílias. Muitos começam com abuso para ter algum prazer, mas o pior é os que estão usando para evitar o desprazer. Se frustar não é uma preferência da humanidade e nossas crianças estão sendo ensinadas a não aceitar isso, custe o que custar. Isso realmente tem ficado caro - transtornos, dependências, suicídio - não querem sentir o nó da garganta quando a angustia bate na porta ! As redes sociais não são apenas um veículo de informação, curtir e compartilhar,são vitrines para se auto afirma e dizer para si mesmo " eu posso"...não Naquele que me fortalece, naquilo que me fortaleço ( narcisismo)! Amor, paixão e tesão se confundem,as novelas reportam bem tudo isso, do romântico à luxúria num só capítulo. Os modelos de famílias cada vez mais diversificados e muitos justificam que essa diversidade é o que tem acabado com as famílias..." tenho lá minhas dúvidas"! Acredito que as pessoas cada vez mais não querem se frustrar. Olhar para si mesmo através do outro, só se for através da vitrine que a gente escolher, de preferência bem bonita aos olhos dos alheios! Refletir sobre isso também não é muito legal, apesar da minha profissão estimular esses pensamentos. Porém, passear por esses questionamentos me desperta e me tira do conforto que também desejo, pois no fundo eu também não quero me frustrar!

Entre o deslumbre e o abismo!

Na busca pelas paixões, no bailar de uma musica, no recordar de uma poesia, é possível se deslumbrar e cair no mais fundo abismo. Nas investidas da vida não há uma regra quando se quer paixão, melodia e poesia! Tudo é possível, contanto que não se encare a realidade. Muitos buscam escapar do que é real, pois real é algo sólido, sólido é algo duro,e dureza na vida não está para muitos em nossos dias. Mas não falo da dureza do batente e da luta. Falo da dureza da falta de sentimentos, falta de gentilezas, falta de entrega. Por isso há os que criam um mundo paralelo; essa não é uma aptidão apenas esquizofrenica! Mas afinal o que é certo ou errado, onde é possível ficar? Não tenho resposta e nem me atrevo, pois como muitos, as vezes permeio entre o deslumbre e o abismo!

Nostalgia

Ouvindo uma canção,entrando num estado de nostalgia, entorpecida pelo vinho, num momento de magia. Me faz lembrar bons e maus momentos, preferindo os bons. Dos desejos mais sórdidos, prefiro amar; não que amar seja sórdido,mas é possível o encontrar. Do equilíbrio à razão, fico com a razão, já não tenho mais razão, me desequilibro. Volto a nostalgia da canção, em seguida mais um vinho, agora entorpecida da razão, que não é mais a tal. Vejo que preciso de amor sem se sentir amada, mas o que me sustenta de fato é a fé, ou a fé me faz crer no sustentador. Mais uma taça, volto ao ciclo. Agora a canção é atual,vivencio esse momento entorpecida de vinho, razão e amor sórdido. Logo toca outra cação, a que trás bons momentos. Dou um sorriso dentro de mim, tomo mais um gole de vinho, mas percebo que é apenas mais um momento nostálgico. Quero ficar, quero sentir o amor não sórdido, mas a lagrima chega, mesmo que eu não a queira. Nessa altura não sei se o choro é do vinho ou da razão, sei que devo voltar, a realidade me espera. E por melhor que seja a nostalgia, ela não trará o amor da razão... esse terei que encarar sem vinho e sem canção.

Não se deixem ser manipulados por aquilo que os olhos já tem visto

Esses dias eu estava lendo o livro "Álcool e outras drogas", produzido e publicado pelo CRP SP (Conselho Regional de Psicologia de São Paulo), onde vários psicólogos com bagagem na área de drogadicção e afins trouxeram o tema com diversos pontos de vista, num debate interessante. Confesso que me senti incomodada com alguns argumentos, que ressoava em meu ouvido como incentivo à liberdade do uso de drogas. Ainda bem que continuei a ler, com esforço em tentar compreender cada ponto de vista. Como eu disse, cada autor tem bagagem suficiente para pelo menos discutir tal assunto. Mas o que quero não é fazer propaganda ou discutir a opinião de tais (para os interessados, leiam o livro). O que quero é abrir uma porta para esse assunto de dependência química, num olhar da própria sociedade ou para levá-la a olhar esse assunto com o mínimo de honestidade. A mídia tem apresentado alguns aspectos sobre a droga. Temos visto em propagandas atores que representam usuários, contando experiências em que os mesmos foram pegos (presos), discriminados ou comparados a traficantes. Eles argumentam que ser usuário ou dependente é uma doença e não maus elementos ou coisas desse tipo. Outra propaganda sobre o tema é a questão do "crack”, tida como a o câncer da nação. Os próprios na propaganda usam termos como: "se liga aí..." (como se quisessem dizer... "meu! Você é trouxa porque usa crack). Então vemos propaganda de cerveja ou outra bebida, rodeada de mulheres bonitas e homens sarados, dado a entender que quem consome tal bebida é que é o "cara" ou a "mina". É engraçado, para não dizer trágico! Mas há pesquisas que comprovam que a bebida alcoólica tem sido usada de forma abusiva entre jovens e adolescentes; sendo uma das primeiras drogas (lícitas) experimentadas por tais. É verdade que a dependência química é considerada hoje uma doença (crônica), porém também é fato que existem dependentes que traficam (às vezes para o sustento do próprio uso) e aqueles que traficam e se tornam dependentes - a linha é muito tênue. Acredito que o "crack" seja um câncer no mundo das drogas, mas existem outras doenças que mantam e, assim podemos denominar outras drogas como doenças. Então quando vemos a propaganda sobre o "crack", pode dar a entender que as outras drogas não mantam. A mídia ainda é uma grande ferramenta para propagar o que quiser. Isso me traz indiguinação; pensar que com um assunto tão sério e real, a grande "ditadura" da mídia por de trás de um governo corrupto, mantem aprisionado a sociedade nessa questão. Até para os que vivem essa situação na pele ( dependentes e familiares), pouco esses sabem sobre droga. Os tratamentos não alcançam a real demanda; a prevenção é escassa. Existem corruptos no tratamento da drogadicção; mas existem entidades e grupos de apoio com trabalho sério ( porém esses correm contra uma avalanche todos os dias). Há muito para se aprender e entender sobre dependência química e por isso acho importante as ações que discutem o tema ( assim como os colegas do CRP SP). Porém, existem milhares de pessoas morrendo todos os dias por causa das drogas; não somente os usuários, mas também familiares que convivem com os seus entes adoecidos e por isso eles também adoecem . Essas mortes nem sempre são física ( apesar de sabermos que nesse mundo isso é comum); há mortes da alma e famílias devastadas sem saber o que é de fato a dependência química; tentando a todo custo sobreviver ou morrer para viver a dignidade. Para muitos a droga não é um problema. Pois eu digo que é! E se há os que digam que não... digo que é um fato na sociedade ( acredito que com isso muitos concordem). Mas para finalizar toda essa história, quero deixar um adendo para os que leram: " Não se deixem ser manipulados por aquilo que os olhos já tem visto... a droga é um fato na sociedade, não podemos fugir disso.

Acordei de um sonho

Ontem eu acordei de um sonho
Descobri que me enganava
Era tão bom o engano
Pena que apenas sonhava

Era tão lindo e excitante
Me fazia sobreviver
Ouvindo musicas de amor
Mas eu apenas sonhava

Sabia que era irreal
Mas queria estar lá
Me fazia bem
Mas apenas sonhava

Tive os mais primitivos impulsos
Entre eles o desejo de amar
e ser amada
Sentia na carne e na alma
Mas apenas sonhava

Quando acordei, não acordei
Fui acordada
Me senti mal,decepcionada
Pois apenas sonhava

Mas agora acordada
Vejo que é bom sonhar
Pois apesar desses sentimentos estar nos sonhos
De vez em quando é bom estar lá

Relacionamentos nos grupos

Outro dia num debate com colegas,foi levantado a questão sobre relacionamentos nos grupos.Acabamos por comentar o que no momento tem " bombado" nessa questão - os relacionamentos nas redes sociais.
É interessante observar como as pessoas se colocam nessas redes
( facebook,twitter,orkut,blogs,etc.).Alguns postam coisas como: tô saindo,vou tomar café.Outros postam e compartilham links engraçados, que se espalham em segundos.Alguns mais complexos em conhecimentos, divulgam temas e falas socialmente questionadas.
Mas de forma alguma, pretendo trazer crítica na forma como essas redes são utilizadas; até porque faço parte destes grupos e acredito na importância que tem para cada um.
A questão que quero levantar e despertar aos que estão lendo essa postagem,é um pouco mais subjetiva.O que de fato tem por trás desse crescimento?
Quando estamos nas redes sociais, não precisamos mostrar a cara nem a sua expressão; nem o nosso cheiro; nem tom da voz; que dirá os verdadeiros pensamentos.Mesmo assim é notório perceber tamanha comunicação socialmente aceita;salve exceção aos que por vacilo ou por querer fama, arrumam encrenca nessas redes( ex: as celebridades).
Quando estamos " cara a cara" com o outro, fica impossível, pelo menos por muito tempo, esconder como de fato estamos.Nas relações interpessoais os conflitos aparecem,e para muitos é difícil lidar com eles.Mas acredito que o mais mais complicado não é lidar com o conflito na sua ação; pois com jeito é possível resolver, nem que seja por rede social...deixa eu explicar dando um exemplo:outro dia eu briguei com minha irmã e pedi desculpa por mensagem no celular...pronto!resolvido!...Será que foi tudo resolvido mesmo?
Nos conflitos muitas vezes aparece diante de nós a nossa natureza humana. E como humanos não estamos bem na "fita";é só olhar para humanidade na sua degradação.Mesmo no movimentos religiosos é apresentado diante de nós um intermédio;imagens ou pessoas para reverenciar ou alguma filosofia...o humano fica sempre em segundo plano.
Se relacionar com o outro e perceber a nós mesmos é doloroso, pois é ter que admitir quem realmente somos e o que desejamos...e nem sempre isso será aceito, mesmo nas "redes sociais"